sábado, 21 de janeiro de 2017

ESTAÇÃO TRISTÃO CÂMARA - A Estação do Ramal de São José do Vale do Rio Preto já não existe mais.


Matéria atualizada em 11 de fevereiro de 2024.

Acima e abaixo, duas belíssimas e inéditas fotos da Estação de Tristão Câmara enviadas pelo amigo Amauri Telles de Menezes.


Acima e abaixo, a Capela de Santo Antônio resistiu às inundações da antiga represa e mantém viva a história da comunidade.


Abaixo, a Capela de Santo Antônio - que por estar num dos pontos mais altos - foi parcialmente inundada pelas águas da represa.








Estação TRISTÃO CÂMARA
Antiga FIGUEIRA



Município: São José do Vale do Rio Preto - RJ
Ramal de São José do Vale do Rio Preto – Km 109,462 (1938)
Estação inaugurada em:  1886.
Estive no local em:  janeiro de 2017 e janeiro de 2024.
Uso atual: Destruída pela inundação. A Estação e o antigo povoado foram submersos pela represa.

Situação Atual – Com a construção da represa, o Ramal foi erradicado em 1947.


E. F. Príncipe do Grão Pará (1886-1890)
E. F. Leopoldina (1890-1947)





O GRANDE PRESENTE:

Sabe aqueles dias em que você é surpreendido com uma grande e maravilhosa notícia! No meu caso, por verdadeiros tesouros fotográficos, fotos tão raras e inéditas nunca vistas até hoje. Registros de uma Estação Ferroviária – Tristão Câmara - que passou pela vida de muitos, e que hoje muitos ainda não acreditam que ela realmente existiu.
Pois é... em maio de 2020 recebi com imensa alegria e emoção e-mail do amigo Amauri Telles de Menezes contendo verdadeiras preciosidades: belíssimas e inéditas fotos das Estações de Águas Claras, São José do Vale do Rio Preto e Tristão Câmara. 

Com essas fotos, comecei a atualização das matérias pela Estação de Tristão Câmara justamente por ela ter literalmente desaparecido submersa pela represa, bem como a antiga comunidade.

HISTÓRICO:

Minha primeira visita ao antigo Ramal de São José do Vale do Rio Preto aconteceu em maio de 2017, quando apresentei esta matéria sobre a Estação de Tristão Câmara pela primeira vez.

Em 2020 fiz a segunda atualização com as preciosas fotos de Amauri Telles de Menezes.

Além das fotos de Amauri, nossa página teve também a valiosa contribuição do amigo Dalmo Gonçalves Machado, de São José do Vale do Rio Preto, que havia enviado as fotos antigas do povoado e entre elas a foto do "dístico" da Estação Tristão Câmara, até aqui o único registro fotográfico mostrando que a Estação realmente existiu.

E foi graças a estas fotos que realizamos a publicação inicial, fotos da página do facebook "Nosso Vale: Ontem, Hoje e Sempre" em que também realizei um trabalho de restauração.

Dalmo informou que as fotos da inundação da comunidade e da linha do trem em Tristão Câmara só foi possível através da recuperação feita por Raul Fernando do filme “Misérias e Grandezas de São José do Vale do Rio Preto", produzido pelo Dr. Eugênio Ruotulo Neto lançada em 1948.


Acima, aquele que até então era o único registro fotográfico que se tinha conhecimento da Estação de Tristão Câmara.


A ESTAÇÃO:

Inicialmente denominada Figueira, a Estação foi inaugurada em 1886 e fazia parte da Linha do Norte, linha-tronco da pioneira Estrada de Ferro Grão Pará.

A partir de 1900, o trecho de Areal a São José do Vale do Rio Preto passou a ser um pequeno Ramal de 25km – o Ramal de São José do Vale do Rio Preto.

Mais tarde, por volta de 1933, a Estação teve seu nome mudado para Tristão Câmara.

Por volta de 1940 o governo do estado construiu uma barragem no Rio Preto com o objetivo de produzir energia elétrica para a região.

Com o enchimento da represa que inundou uma grande área naquela região, o povoado ficou embaixo d’água e a Estação - que ficava num dos pontos mais baixos da comunidade - foi totalmente submersa e destruída, atingindo também grande parte da Linha da Leopoldina, o que tornou inevitável sua paralisação. 

Outro povoado com o mesmo nome foi construído às margens da repesa, mas o Ramal Ferroviário acabou sendo desativado em 1947.



Acima, a represa inundando a área da Capela de Santo Antônio e toda a comunidade de Tristão Câmara.

Abaixo, a Capela nos dias de hoje, vista da rodovia que liga Areal a São José do Vale do Rio Preto.


Acima, foto da inundação logo após a retirada da linha do trem em Tristão Câmara, ainda sendo possível ver o antigo leito da ferrovia e a torre da Capela de Santo Antônio ao fundo. 


Acima e abaixo, mais dois registros da Capela de Santo Antônio nos dias de hoje.



2 comentários:

Pedro Rezende disse...

Excelente blog. A Leopoldina se foi mas deixou marcas profundamente enraizadas por onde passou. Há muito ainda que se descobrir de sua história e peculiariedade de suas linhas, estações e obras de arte.

Anônimo disse...

Belo resgate ao passado.
Sergio Xavier