terça-feira, 24 de janeiro de 2017

ESTAÇÃO NOGUEIRA - Hoje maravilhoso Centro Cultural e Museu Ferroviário.














Estação NOGUEIRA
Correas



Município: Petrópolis
Linha do Norte – Km 71,682 (1960)
Altitude: 685m.
Estação inaugurada em:  10 de junho de 1908.
Estive no local em:  06 de janeiro de 2017.
Uso atual: Centro Cultural Estação Nogueira.

Situação Atual – Desativado em 1964, o Ramal está erradicado e sem trilhos.

E. F. Leopoldina (1908-1964)








HISTÓRICO:

Continuando minhas “andanças” pela Estrada de Ferro Príncipe Grão Pará, cheguei à Estação Nogueira
Confesso que tinha enorme expectativa em conhecê-la, já que muitos amigos e historiadores ferroviários já haviam visitado e traziam sempre informações empolgantes e fotos sensacionais. Tanto que mesmo sem ter visitado Nogueira antes, já temos três belas postagens sobre ela e o Centro Cultural Estação Nogueira, como pode ser visto nos seguintes link's:

http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/novas-noticias-da-estacao-nogueira.html

http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/estacao-nogueira-locomotiva-baroneza-ii.html

http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/estacao-nogueira-hoje-belissimo-centro.html

















A ESTAÇÃO:

Após percorrer o Ramal de São José do Vale do Rio Preto, cheguei à Estação Nogueira por volta das 15h00 sendo muito bem recebido por Glória V. Moreira, bibliotecária do Espaço Cultural, que me apresentou todas as salas temáticas e explicou com detalhes os projetos culturais desenvolvidos no belíssimo espaço. O legal de tudo isso é que a todo momento éramos interrompidos por novos visitantes, comprovando o sucesso do Centro Cultural.
O que dizer? 
Por fora, uma Estação belíssima, entorno bem cuidado, a elegante Baroneza II exposta ao lado da Estação com grande imponência. 
Por dentro, um belíssimo acervo resgatando a importância histórica da ferrovia e um espaço cultural de valor incalculável, encantador!
Valeu a visita! 

Quero deixar registrado também a atenção, a simpatia e profissionalismo de Glória. 
Assim que cheguei e me apresentei, contei-lhe dos lugares que já tinha passado naquele dia, as histórias, belezas e encantos da Estrada de Ferro Príncipe Grão Pará, além do meu trabalho no blog otremexpresso. 
Enquanto sai para as fotos externas ela já recebia outros visitantes, lhes prestando informações, mas o legal mesmo é que ela contava aos visitantes as histórias que havíamos conversado há pouco sobre o antigo ramal de São José do Vale do Rio Preto, do qual Nogueira fazia parte
Pude presenciar este momento e confesso que fiquei extremamente agradecido por ver um trabalho que realizo com grande paixão ser levado a outras pessoas que também amam a história da ferrovia em nossa região e em nosso País.








"Estação Nogueira - BREVE HISTORICO em texto de João Sérgio da Silva e Junior e Marcos Vinicius L. Carvalho da Silva."
- O bairro Nogueira nasceu da Fazenda Nogueira, que era propriedade do Sr. Domingos de Souza Nogueira, português, industrial e empreendedor. A ele se deve em grande parte a construção da Estação Ferroviária de Nogueira, inaugurada em 10 de junho de 1908, entre Itaipava e Cascatinha. Instalada na linha da Leopoldina Railway, antiga Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará, a estação tem sua construção retangular em alvenaria de tijolos aparentes, telhado em duas águas de inclinações diferentes e vãos em verga reta. As fachadas são realçadas, havendo um alpendre com estrutura de ferro e madeira, voltado para a linha do trem, cobrindo a plataforma de embarque e desembarque de passageiros e cargas. Esta estação se distingue das demais existentes no município de Petrópolis pelo fato de suas paredes externas não serem rebocadas e pintadas. Para festejar a construção da Estação de Nogueira como importante melhoramento local, o Sr. Domingos Nogueira ofereceu um grande almoço às pessoas convidadas a assistirem a inauguração, e a superintendência da Cia. Leopoldina gentilmente colocou um trem especial à disposição dos convidados. A Estação Ferroviária de Nogueira, assim como as demais, tinha como finalidade promover as operações relativas à circulação dos trens, ao uso do material rodante e as relações entre ela e o público no que dizia respeito ao transporte. Na estação operavam Agentes, Auxiliares de Agentes, Cabineiros, Guarda-chaves, e vários outros trabalhadores. Esta era utilizada para o transporte de passageiros que moravam no interior e para o transporte de cargas como: gado, café, leite, legumes e verduras, além de comunicação através do telégrafo, aparelho para comunicação a distancia usado para diversos fins, entre outros, telegramas particulares. Os trens da linha Grão-Pará circulavam em dois horários, um pela manhã, passando por Nogueira em direção a Três Rios as 08:44 hs, e outro a noite seguindo para Petrópolis às 18:51 horas (o fluxo de trens poderia aumentar de acordo com o número de passageiros e quantidade de cargas). As locomotivas, também conhecidas no interior como "mata-sapos", transportavam além de cargas, vagões de passageiros muito confortáveis, cada um com quarenta assentos estofados e encosto de palhinha. Havia um toalete bem pequeno em cada ponta, os vidros das janelas eram filetados com desenhos em jato de areia, o charme sobre os trilhos, que passaram durante décadas por Nogueira e sua Estação. O que se conhece pouco da estrada é o trecho rural, pois a aristocracia descia na Estação Leopoldina, no centro de Petrópolis, não passando por Cascatinha, Correas, Nogueira, Itaipava e Pedro do Rio, que na época eram apenas grandes fazendas, e assim não havia muito para ver, salvo as poucas vezes em que o Imperador seguia até a Fazenda das Águas Claras, propriedade de seu amigo, Guilherme de Souza Leite, o Barão de Águas Claras, importante cafeicultor da época. Mesmo sem muitos registros históricos, é possível afirmar que o trem auxiliou o povoamento e desenvolvimento dessas regiões, já que as estradas de ferro conduziam em seus trilhos, além de cargas e passageiros, o progresso até as regiões mais distantes. No tempo em que a ferrovia não chegava a Juiz de Fora, era por aqui que Minas Gerais enviava sua produção de café para o porto do Rio de Janeiro e dali para o exterior. O caminho que era feito pelo trem é até hoje conhecido, e chamado de "Estrada Mineira". As relações entre a estação e sua linha foram harmônicas, até 5 de maio de 1964, último dia da viagem do trem nesta região, deixando sua marca no presente, e a lembrança remota do sonho progressista, que durante décadas impulsionou o desenvolvimento do País".












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