domingo, 4 de agosto de 2013

Relatos e belas Histórias de um grande ferroviário biquense.


Hoje trago uma matéria prazerosa de escrever. É sempre muito bom ouvir histórias de nossa ferrovia relatadas por ferroviários como o Sr. Olympio Alves dos Reis, grande amigo biquense que viveu momentos inesquecíveis em nossas oficinas, pessoa com muitas histórias pra contar. Melhor ainda quando acompanhada de fotos. Então, vamos a elas!


Sr. Olympio nos conta que "o ano era 1918 e segundo relatos históricos nesta época era notória a falta de mão de obra ferroviária, quando os ingleses admitiam adolescentes a partir dos 12 anos de idade e estes trabalhavam por seis meses em testes e aprendizado, antes de serem admitidos pela Estrada de de Ferro Leopoldina. Um marco histórico nas Oficinas de Bicas".




Outro relato do Sr. Olympio recheado de emoção e orgulho, “o ano era 1946 quando foi construído o SENAI em Bicas. Aqui o belo registro do grande dia, que abriu as portas para o desenvolvimento de nossa cidade, a inauguração de nossa Escola Profissionalizante, o SENAI.”





Neste relato do Sr. Olympio, o ano era 1950, onde ele destaca “a importância da Estrada de Ferro Leopoldina para nossa cidade. Além do SENAI, a Leopoldina mantinha o Liceu Operário de Bicas, também conhecida como Escola Primária Quatro de Novembro, um belíssimo centro de ensino que tinha como seus principais objetivos qualificar, preparar e formar crianças biquenses, com atenção especial aos filhos dos ferroviários, visando principalmente prepará-los para ingressarem no SENAI e posteriormente nas Oficinas Ferroviárias. Na seqüência de fotos, a primeira mostra um belo registro datado de 10 de outubro de 1950 no interior do Liceu. Na segunda foto vemos alunos do SENAI , do Liceu Operário e de outras escolas nos desfiles de 7 de setembro. A terceira foto registra outra celebração do Dia da Pátria com alunos biquenses desfilando pelas ruas da cidade.”








Aqui o Sr. Olympio nos traz um relato emocionado. “O ano era 1952, quando a Locomotiva à Vapor 310 veio completamente desmontada da Inglaterra, sendo totalmente montada pelos artífices biquenses em nossa oficinas, um marco na história das Oficinas de Bicas. Nesta época meu avô estava com 15 anos e cursava o SENAI, quando presenciou o trabalho efetuado com entusiasmo e competência pelos ferroviários biquenses. A Oficina de Bicas era o orgulho da Estrada de Ferro Leopoldina. Na foto, a Locomotiva 310 pronta para iniciar seus trabalhos, acompanhada dos ferroviários biquenses em 1° de junho de 1952.”




As fotos seguintes mostram claramente, segundo Sr. Olympio, “a importância da ferrovia para nossa cidade. Na primeira, vemos as Oficinas em plena atividade e a segunda foto é emblemática: observem a festa causada pela chegada do trem, o grande e verdadeiro rebuliço no centro de nossa cidade, onde o povo esperava na estação para receber seus familiares e amigos, visitantes ilustres e outros nem tanto, ou simplesmente saudar os viajantes e aguardar para ver o maravilhoso trem de ferro seguir viagem.”  







Sr. Olympio faz sempre questão de ressaltar que “a Leopoldina também se preocupava com o lazer e com o apoio ao esporte em nossa cidade. Prova disso eram os grandes times formados pelo Leopoldina Futebol Clube, como podemos ver nas fotos abaixo."







Sr. Olympio nos relata também a preocupação que a Leopoldina tinha em preparar bem seus funcionários.  O “ano era 1967, quando os funcionários das Oficinas de Bicas Eduardo Gomes, José Batista Vieira, José Leopoldo Machado e eu, Olympio Alves dos Reis participamos de um curso de manutenção e operação de Locomotivas Diesel realizado nas Oficinas de Praia Formosa, principal oficina da antiga Estrada de Ferro Leopoldina, no Rio de Janeiro, que aconteceu de 24 de julho a 16 de outubro daquele ano.”




Por fim, em dois belos registros fotográficos, vemos "Sr. Olympio acompanhado de sua filha Luciana Reis Amorim e de sua sobrinha Graça Mattos à bordo da recém construída Dondoca, uma Pequena Locomotiva Diesel idealizada para realizar manobras nas oficinas. Vale ressaltar que a Dondoca, que já foi lembrada em nosso blog através das belas miniaturas de Octacílo - http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/obra-do-artista-biquense-octacilio-jose.html

- foi projetada e construída pelos ferroviários biquenses em nossa oficinas."









Outras fotos apresentadas.





Belo registro da Rua Coronel Souza.



Acima a Locomotiva 314.



6 comentários:

Elias disse...

Este Expresso que o Sr Olympio se refere era o trem que partia pela manhã diariamente de Barão de Mauá com destino a Ponte Nova(Prefixo MM1) e de Ponte Nova saia com destino oposto as 4.30 e tinha prefixo MM2. Na minha cidade São Geraldo o MM1 passava as 18.00 e o MM2 passava as 7.30 onde eram reabastecidas as locomotivas e os passageiros tinham uns 20 min para lancharem no Georgina Hotel.

Unknown disse...

que coisa mais linda....parabéns...

Luciana Reis Amorim disse...

Amarildo, já lhe parabenizei pelo belo artigo, mas gostaria de fazê-lo mais uma vez!
Obrigada por levar a público memórias tão lindas e ricas que meu pai Olympio sempre teve tanto orgulho, alegria e vibração em nos contar!
A história não pode se perder!
Um abraço, Luciana

Amarildo Mayrink disse...

Tem sido extremamente gratificante desenvolver este trabalho e, especialmente, ter a oportunidade de conhecer belíssimas histórias como a de seu pai. Minhas andanças tem me oferecido grandes oportunidades de conhecer outras belas histórias como a de seu pai. E como você disse a história não pode se perder! Abraço, Amarildo.

Amarildo Mayrink disse...

Caro Elias, tenho por muito tempo adiado minha visita a São Geraldo. Creio que lá também deve ter portadores de belíssimas histórias. Pretendo em breve visitar a cidade.
Atenciosamente,
Amarildo Mayrink

reis disse...

Já tive o prazer,de ouvir o meu primo Olympio contar todas essas belas historias.